And This Is It

Para fãs e não fãs, recomendamos correr aos cinemas para ver o registro na telona do making off da turnê que Michael Jackson estava esperando presentear a todos no mês de julho de 2009, fato abreviado por sua morte inesperada.
O filme é uma colcha de retalhos incluindo os ensaios e detalhes da turnê no Staples Center de Los Angeles ao longo do primeiro semestre deste ano. Nada sensacionalista, o registro é um relato emocionado e emocionante dos últimos meses do cantor e do seu perfeccionismo e conhecimento de sua arte.
No filme, encontra-se um Michael humilde, humano (?) e, quem sabe, feliz. Observa-se uma evidente preocupação dele e de todos com sua saúde, contudo nota-se que não há no flme nem uma aparência de uma enorme parafernália para retratar essa preocupação (nada de balões de oxigênio ou analgésicos) que acabaram abreviando sua vida e a possibilidade de uma retomada do ídolo que parecia evidente pelos ensaios da turnê.
Se Michael estava de fato feliz e bem era outros quinhentos, contudo é impossível não notar os seus sorrisos e sua dedicação para tornar inesquecível sua nova turnê e deixar milhares de fãs felizes com sua música e dança. O fato é que não há como não sair do cinema sem se emocionar com a versão cristalina de Human Nature, a parte final do show com a bela "Earth Song" ou com o bloco incrível com as canções do Jackson Five.

Saí cantarolnando Human Nature e I Just Cant Stop Loving You e notei uma coisa: A genialidade de Michael estava em fazer canções pop, simples e inesquecíveis, que constituiram (e constituem ainda) a trilha sonora de nossos momentos felizes. Era tornar a música veículo para a felicidade, entretenimento e conscientização das pessoas e nunca para o sofrimento, o lamento, a dor. Um paradoxo para a vida de extremos e de tristeza veiculada e explorada pela imprensa e mídia a respeito do astro por todos os anos.
"This Is It" mostra o oposto disso. Mostra a vida de alguém incompreendido por muitos, mas que tinha sua arte explorada e admirada por tooos. Uma fábula sobre a incompreensão humana e sobre os estereótipos, demonstrando que entendemos a arte, mas não conseguimos entender o seu criador....
Isso deve ser difícil, né...